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O pardal montês, a calhandrinha comum e o picanço barreteiro são algumas das aves comuns que estão a deixar de o ser, tornando-se cada vez mais raras, devido à intensificação agrícola. Portugal, ainda que com menor gravidade, segue a tendência do que se passa nos campos europeus, onde as aves comuns diminuíram para metade desde 1980, segundo um estudo divulgado esta semana pela Birdlife e European Bird Census Council (EBCC).

Uma ave comum é, por definição, aquela que tem populações abundantes e bem distribuídas. Mas os campos agrícolas dos quais dependem estão a mudar, causando um declínio para o qual não se prevê "qualquer tipo de recuperação", segundo o estudo.

“Para aumentar a produção agrícola são destruídas linhas de árvores, sebes, bosquetes e matas ribeirinhas que serviam de locais de refúgio, alimentação e reprodução para várias espécies”, explicou ao PÚBLICO Domingos Leitão, coordenador do Programa Rural da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).

Ainda que em Portugal a situação não seja tão preocupante como em países como o Reino Unido, Bélgica e Holanda, há regiões onde já se nota o declínio de espécies outrora comuns e que tinham funções claras de dispersão de sementes e de controlo de pragas. “É o caso dos solos agrícolas mais ricos, onde se intensificou a agricultura, como o Vale do Tejo, o Vale do Mondego e os Barros de Beja”, acrescentou Domingos Leitão.